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Desemprego é melhor do que emprego ruim, diz pesquisa

Ter um trabalho é sempre melhor do que ficar desempregado, certo? De acordo com uma pesquisa feita, a resposta é não. Pessoas ficam mais felizes quando estão desempregadas do que quando têm um trabalho insatisfatório, você concorda?

Pessoas ficam mais felizes quando estão desempregadas do que quando têm um trabalho insatisfatório, diz pesquisa.

RIO – Ter um trabalho é sempre melhor do que ficar desempregado, certo? De acordo com uma pesquisa feita na Austrália, a resposta é não. Depois de acompanhar 7.155 homens e mulheres entre 20 e 55 anos de idade, os pesquisadores Peter Butterworth, Lyndall Strazdins e Bryan Rodgers, do Centro de Pesquisas em Saúde Mental da Universidade Nacional da Austrália, concluíram que as pessoas são mais felizes quando estão sem emprego nenhum do que quando estão em um trabalho ruim.

Os cientistas consideram que um emprego com características como ambiente desfavorável, salários baixos, forte pressão e alta complexidade tem baixa qualidade psicossocial e, por isso, impacta negativamente a saúde mental dos trabalhadores. O resultado da pesquisa mostrou que os desempregados apresentam melhor saúde mental do que os mal empregados. Especialistas brasileiros concordam com o estudo australiano, mas ressaltam as diferenças culturais e econômicas entre os dois países.

As pessoas podem chegar a adoecer por causa de uma relação de trabalho ruim. Há muito sofrimento, por questões como assédio moral, condições adversas, salários injustos, ambiente altamente competitivo, entre outros aspectos. Muitas vezes, se afastar de uma situação estressante vai trazer alívio – afirma Adriana Gomes, diretora do site Vida e Carreira.

Para Fernando Serra, diretor de produtos da HSM Educação, a maior parte das pessoas é infeliz em seu trabalho, mas acaba não tomando nenhuma atitude em relação ao problema.

Isso acontece porque as empresas estão com uma forte visão de curto prazo, existe uma pressão muito grande – acredita Serra, para quem o contexto da pesquisa deve ser levado em conta. – No Brasil, sair de um emprego ruim pode trazer alívio momentâneo, mas logo as contas vão aparecer. Por isso, a grande maioria permanece no emprego, mesmo estando infeliz. Já na Austrália, quando você perde um emprego, há mais estabilidade e um auxílio-desemprego que é digno. Lá também há menos pressão social: não é tão vergonhoso ficar sem trabalho quanto é aqui – pondera.

Mas a infelicidade no trabalho pode, de fato, se traduzir em problemas de saúde, provocando afastamentos por licenças médicas.

Sofremos influência direta do meio onde vivemos. É visível o desconforto físico e emocional de alguns profissionais quando se sentem oprimidos executando suas tarefas de rotina na empresa. Nesses casos, não é incomum haver problemas de pressão arterial, na pele, coluna, estômago, depressão, estresse, síndrome do pânico, além de vários outros de fundo nervoso – diz a coach Waleska Farias.

Mas será que pedir demissão, então, é realmente a melhor maneira de combater a insatisfação?

Sem dúvida, pedir demissão vale a pena se estiver infeliz e partir para buscar outra coisa. Muitas pessoas se acomodam e não fazem esse movimento. Mas, antes disso, é fundamental fazer uma autoanálise e buscar entender o porquê de tanta insatisfação. Se for difícil avaliar sozinho, vale recorrer a um especialista em carreiras ou a um coach – acredita Serra.

A autoanálise também é importante na visão de Adriana Gomes, do site Vida e Carreira. Muitas vezes é difícil identificar que os sintomas como depressão ou problemas de saúde estão associados às relações de trabalho. É importante saber identificar o que causa esses sintomas, porque é possível, sim, ser feliz no trabalho – conclui Adriana Gomes.

Adriana Gomes é Mestre em Psicologia – UNIMARCO, pós-graduada em Psicologia Clínica, Psicóloga, (CRP 30.133), Coach certificada pela Lambent do Brasil e reconhecida pela ICC – International Coaching Community. Carreira de 25 anos nas áreas organizacional e clínica (Psicoterapia, Orientação de Carreira). Ex-vice-presidente do Grupo Catho, empresa onde atuou como Headhunter, Executive Search e Outplacement atendendo empresas nacionais e multinacionais de grande porte. Coordenadora Acadêmica da área de Pessoas dos Cursos de Pós Graduação da ESPM, Coordenadora do Centro de Carreiras da ESPM – Centro de Orientação de carreira para alunos dos cursos Master e MBA, Coordenadora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, Professora no curso de pós-graduação da ESPM na Cadeira de Pessoas. Atuou como Professora do Instituto Pieron de Psicologia Aplicada no curso de Especialização em Orientação Profissional. Membro da ABOP – Associação Brasileira de Orientadores Profissionais. Autora dos Livros: Tô Perdido! Mudança e Gestão da Carreira editora Qualitymark – 2014 e Mudança de Carreira e Transformação da Identidade LCTE 2008. Atualmente colunista do Jornal folha de S.Paulo na seção Negócios e Carreiras, Colunista de Carreira da Rádio Bandeirantes – Coluna Carreira em Foco, foi colunista e colaboradora no portal EXAME.com, Blogueira dos sites HSM e Click Carreira, palestrante e Diretora do site www.vidaecarreira.com.br.
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