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Como lidar com conflitos de Comunicação Interpessoal?

É preciso buscar os significados de nossas características e as do outro, para que assim, os conflitos sejam compreendidos, resolvidos e minimizados.

No mundo dos negócios, é possível perceber que muitos dos problemas nas organizações ocorrem pelas dificuldades de entendimento entre seus líderes. Certo é que cada pessoa tem o seu temperamento e sua forma de agir, conforme suas referências. O que falamos e reconhecemos nas pessoas são, em geral, características, que possuímos e por essa razão, quando se critica alguém, por esse princípio, se está fazendo uma crítica a si mesmo, ou seja, a pessoa vê no outro, o próprio espelho de suas características que incomodam.

Tendo isso como base, temos que buscar os significados de nossas características e as características do outro, para que assim, os conflitos de comunicação sejam compreendidos, resolvidos e minimizados. Sempre digo que é possível identificar algumas características nas pessoas, que demonstradas na forma e no conteúdo, revelam o jeito de ser, veja:

  • Passivas, medrosas, submissas, e até subservientes. São tímidas, têm medos exagerados, dificilmente olham nos olhos do interlocutor. Falam baixo, fazem-se de vítimas, despertando pena e dó.
  • Agressivas, seu tom de voz é autoritário, adoram falar de si mesmas, julgam-se superiores às outras pessoas, seu olhar é invasivo, dominam e querem dominar todas as conversas. Culpam o mundo ou alguém pelos seus erros e deslizes, não assumem nenhuma responsabilidade.
  • Maledicentes, falam mal das outras pessoas e o pior é que tudo acontece na ausência delas. Vangloriam-se por serem do signo de escorpião, destroem tudo por onde passam, semeiam veneno, e esperam receber flores. Não se dão conta das mágoas provocadas; são frias e calculistas. Fazem jogos o tempo todo e quando conveniente, parecem verdadeiros artistas, mostrando simpatia pessoal, gentilezas e amabilidades até conseguirem o que querem, depois voltam ao seu normal.
  • Indecisas, do tipo “Maria vai com as outras”, que não se firmaram ainda na sua personalidade e identidade. Tudo o que fazem é para agradar alguém ou serem aceitos, necessitando o tempo todo de reconhecimento e elogios por cada ação ou por cada passo dado. Podem ser boas pessoas, generosas, agradáveis, esforçadas, mas têm pouca autonomia e um alto grau de dependência, além de fazerem tudo para serem aceitas ou receber alguma atenção.
  • Assertivas, pessoas legais, flexíveis, amorosas, generosas. Fazem o bem pelo bem, sem esperar nada em troca. São simpáticas, gentis, causam boa impressão sem nenhum esforço, como também, dão atenção às outras pessoas, olham nos olhos, naturalmente. Seu jeito de ser é espontâneo, fazem o que fazem sem uma agenda oculta, ou seja, sem segundas intenções. São ainda, elegantes no seu jeito de ser, altruístas, de bem com a vida. São procuradas para dar conselhos ou sugestões, as pessoas em geral gostam de estar perto delas, a não ser os invejosos e os maledicentes.
  • Fanáticas por algo em especial, por exemplo, por futebol, religião, uma crença específica, uma causa, uma ideologia, pelo trabalho, por um esporte, sexo, como se seu mundo e sua felicidade se resumisse ao fator gerador do seu fanatismo e, naturalmente têm dificuldades para se relacionar com quem tem discernimento e equilíbrio.
  • O “eu não sabia”, aliás, muito comum hoje em dia, esse tipo, caracteriza-se por não assumir responsabilidades por nada, embora seja, efetivamente, o responsável. Para qualquer coisa errada que aconteça, irá procurar uma pessoa ou uma circunstância externa para culpar. Em cargos de gestão, padecem os subalternos que não foram devidamente orientados. Se aparecer algum problema, adivinhem de quem será a culpa? Claro, do subordinado.

Esses são apenas os exemplos mais comuns, mas existem muitos outros tipos, como os “salvadores da pátria”, os “brincalhões”, os “adultecentes” (pessoas com certa idade – 30, 40, 50 anos, morando ainda com os pais e vivendo como adolescentes). Há ainda os “deixa como é que está, para ver como é que fica”, há os “donos da verdade”, há os “mentirosos”, os “articulistas”, os “folgados” …

Além disso, existem algumas outras características, próprias de alguns tipos de comunicadores, como já escrevi em algumas de minhas obras, que ajudam a reconhecer os diferentes tipos de comportamentos. Algumas delas são:

  • Síndrome de Gabriela: Pessoas inflexíveis.
  • Hardy: Pessimista, alusão ao personagem do desenho animado Lippy  amp; Hardy.
  • Sádico: Adora ver o circo pegar fogo.
  • Bajulador: Exagera na dose dos elogios.
  • Vingativo: “Deixa estar, jacaré, sua hora vai chegar”.
  • Desligado: Parece que vive em outro planeta.
  • Eu me amo: Deve ter feito muitos cursos de autoajuda e julga-se além do que é.
  • Crítico: Como se seu papel no mundo fosse criticar a tudo e a todos, nada faz, mas só critica.

Por essa grande diversidade de características é que as organizações têm na comunicação o seu grande problema. A busca por soluções passa por uma análise sobre os tipos de pessoas, percepção dos pontos fortes e fracos de cada um, estabelecendo regras ou procedimentos alinhados aos valores da empresa, a criação de programas que une, agrega, gerando respeito e consideração para o bem comum –  resultados esperados pela empresa ou entidade.

Na verdade, as pessoas são como são e não têm culpa por serem desse ou daquele jeito. Tudo é fruto da sua história, dos estímulos recebidos desde cedo na sua educação e características hereditárias também, o que não significa que não podem evoluir e aprender sobre bom convívio. Respeitar as pessoas e criar espaços para reduzir ruídos para um entendimento sadio e positivo deve ser a meta de qualquer organização. Com essas mudanças, todos que fazem parte desse grupo agradecerão e, é óbvio, a sua empresa também.

Reinaldo Passadori é fundador, palestrante e CEO da Passadori – Comunicação, Liderança e Negociação, especialista em comunicação e mestre em neuromarketing pela FCU – Florida Christian University. É idealizador e apresentador do programa Comunicação Executiva, no qual promove entrevistas e debates do mundo corporativo. Com 33 anos de história formou mais de 100.000 pessoas na habilidade da comunicação verbal, não verbal e liderança. É Autor dos livros Comunicação Essencial, As 7 Dimensões da Comunicação Verbal, Media Training e Quem Não Comunica, Não Lidera.
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