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Adolescência e a importância da presença e da conexão na relação com os pais

Ser adolescente pode ser muito difícil e desafiador, quando não se encontra o apoio necessário. Este é um momento no desenvolvimento de enorme expansão, intensas transformações e inquietações.

Apesar de estarmos vivendo num mundo cada vez mais conectado virtualmente, há uma crescente sensação de desconexão nas relações. Somos interdependentes por natureza e temos a necessidade de nos sentir pertencentes e interligados. Contudo, nosso mundo digital tem nos ocasionado um maior afastamento das pessoas e de nós mesmos. Como consequência, cada vez mais pessoas são acometidas pela ansiedade, se sentindo solitárias e desconectadas, vivendo a pressão das inúmeras exigências e distrações de um mundo em constante transformação.

Como mãe de adolescente, existe uma preocupação iminente e uma necessidade de rever os paradigmas de como esta fase da vida tem sido percebida em nossa sociedade contemporânea. Precisamos tomar muito cuidado para não passar uma mensagem negativa e de desvalorização de uma etapa tão fundamental e enriquecedora da vida. Devemos estar abertos para nos libertar das idealizações que criamos para os nossos filhos e valorizá-los simplesmente por eles serem quem são sem esperar que atendam expectativas.

Ser adolescente pode ser muito difícil e desafiador, quando não se encontra o apoio necessário. Este é um momento no desenvolvimento de enorme expansão, intensas transformações e inquietações. É natural que eles testem limites e busquem novas formas de ser no mundo que os façam se sentir diferenciados, mas ao mesmo tempo pertencentes a um grupo. O objetivo principal desta fase é de se tornar independente.

Como pais precisamos respeitar suas necessidades de independência, valorizando suas características próprias e sua individualidade para que se sintam mais seguros e fortalecidos. Não se esqueça que seu filho está numa jornada partindo da dependência para a independência, não considere seus comportamentos como afronta pessoal.

Por mais bem-intencionados que possamos ser, quando tentamos impor nossas soluções aos problemas de nossos filhos, dando lições de moral e passando sermões, não geramos conexão e nosso esforço pode ser contraproducente. Em geral, não é assim que eles aprendem. Ao invés de julgar, rotular, criticar e desqualificar seus sentimentos, quando estabelecemos um diálogo reflexivo, uma escuta verdadeira, o acolhimento das emoções, geramos empatia e compreensão. Ser compreensivo não significa ser permissivo ou concordar, mas possibilita que juntos, possamos encontrar novas soluções e alternativas. A confiança faz com que nossos filhos nos vejam como aliados e se sintam amparados por nós.

Tente perceber o mundo sob a perspectiva de seu filho. Muitas vezes, o que nos incomoda no outro, é justamente algo que falta em nós mesmos, trazendo à tona frustrações e situações que ficaram mal resolvidas no passado. Por isso é tão importante exercitar a autorreflexão, nos capacitando a compreender o significado das coisas em nossas vidas para orientar nossas decisões no presente, nos dando a oportunidade de ter novas ações com os nossos filhos, alterando os padrões adotados para nos liberar a viver uma vida que escolhemos e que faça mais sentido para nós.

Procure se interessar pelo universo do seu filho, procure estar consciente sobre o que está acontecendo em sua vida, conhecer seus amigos, suas preferências, suas angústias, demonstrando respeito e inclusão. Seja presente na vida dele, descubra interesse em comum e atividades que possam desenvolver juntos, gerando uma maior proximidade. A presença é uma forma de manter viva a confiança e ajuda a estabelecer uma relação mais construtiva, mantendo os canais de comunicação abertos e criando um espaço seguro para um diálogo franco e autêntico, permeado pelo afeto.

Os relacionamentos têm um papel fundamental e moldam nosso senso de identidade. Conseguir desenvolver um autoconhecimento é essencial nesta fase, por isso a relação com os amigos é tão valorizada e a relação com os pais como figuras de vínculos sofre uma alteração, pois ele está em busca de sua identidade. Mas ainda assim, o adulto precisa ser uma referência participativa na vida do adolescente, caso contrário, corre-se o risco de haver uma desintegração em sua personalidade.

É preciso buscar um equilíbrio em que o impulso pela busca de independência, por gratificação e pela descoberta do novo, seja direcionado de forma positiva e integradora na família, minimizando os comportamentos destrutivos e de risco. A autorresponsabilidade ajuda o adolescente a se posicionar no mundo de forma mais autêntica. Pessoas inseguras, normalmente esperam que os outros decidam por elas o que pensar, sentir e agir e acabam se tornando vulneráveis e reféns das escolhas alheias.

Desenvolver habilidades de pai e mãe coach é muito mais trabalhoso e podemos ficar tentados a deixar que o tempo se encarregue de consertar as coisas, mas é muito mais difícil lidar com os problemas depois que eles já foram instalados e os filhos já se distanciaram. Entre as várias funções que desempenhamos, temos o papel de guiar, proteger e abrir as portas de entrada do mundo para os nossos filhos.

A segurança emocional é fundamental para encorajar e impulsionar. Ao se lançar no mundo para explorá-lo, os filhos precisam saber que possuem um porto seguro para onde podem retornar sempre que se sentirem angustiados e precisarem de apoio. Que estaremos disponíveis para eles mesmo nos momentos difíceis, que normalmente é quando mais precisam de nosso amor.

A família é o principal agente socializador de uma pessoa e fornecerá o substrato para que ela estabeleça relações saudáveis e construtivas com seus semelhantes. A conexão que construímos com nossos filhos, é um importante elo e uma poderosa referência que influencia suas escolhas e a forma como se relacionam consigo mesmo e com os outros.

Formação em Psicologia, MBA em Gestão em Pessoas e Especialização em Docência;Facilitadora de Relacionamentos Familiares;Educadora Parental de Disciplina Positiva;Coautora do livro Coaching para Pais – Estratégias e Ferramentas para Promover a Harmonia Familiar. Vol 1 e 2.Colunista das revistas Cloud Coaching e Coach Me.Certificações:Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching – IBC (SP);Leadership and Coaching pela Ohio University College of Business (USA),Mentoring pelo CAC – Center for Advanced Coaching (USA),Practitioner SOAR – Soar Advanced Certification Program pela Florida Christian University (USA),Coaching para Pais pela Parent Coaching Academy – PCA (UK),Kids Coaching pelo Instituto de Coaching Infanto Juvenil – ICIJ (RJ),Bases do Desenvolvimento Infantil: Apego, Vínculos e Intervenções – USP (SP),Educadora Parental pelo Positive Discipline Association – PDA (USA).Mentoring, Coaching & Advice Humanizado ISOR – Instituto Holos – (SP)Tem como missão, favorecer o desenvolvimento integral do indivíduo e da família, valorizando seu potencial para que conquiste uma vida com plenitude e equilíbrio de forma sustentável.
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